segunda-feira, 28 de setembro de 2009

TARCISIO MEIRA TRANSA COM BETTY FARIA


Calma! Isso é apenas uma manchete divulgando novela da época, de uns trinta anos atrás, na revista Melodias.

Naquele tempo, era comum colocar nas manchetes das revistas não os nomes dos personagens que eram vividos nas telas e sim os nomes dos atores vivendo as ações dos seus personagens.

No final de semana passada, passeando por Petrópolis, vi a seguinte manchete sobre a novela “Viver a vida” de Manoel Carlos, em uma banca de revista: Miguel (Mateus Solano) mata Jorge (Mateus Solano) em defesa por ciúmes de Luciana (Aline Moraes). Miguel e Jorge são gêmeos na novela.

Fiquei pensando como ficaria a manchete se ela fosse dada a uns trinta anos atrás:
"Mateus Solano mata Mateus Solano em defesa por ciúmes de Aline Moraes".

E isso aí? Estranho né?

DIVULGANDO PELA INTERNET

Ontem acordei com um telefonema do meu irmão me dizendo para eu acessar o site do CBN, pois um pedaço de um “post” publicado no meu blog, estava reproduzido em uma reportagem do Max Gehringer. Não acreditava no que estava ouvindo, fui lá verificar e vi que, palavra por palavra, parte do meu “post” estava reproduzido integralmente. Só mudava em dois pontos: o número de meses e o cargo da pessoa do meu exemplo.

Como sempre acontece, isso me abriu os olhos e passei a prestar atenção nas notícias a esse respeito e então descobri coisas de estarrecer. Sei que a internet é livre e que esse tipo de apropriação pode ocorrer, mas não pensava que estivesse tão disseminado.

Nada disso é novo. Todos sabemos que colegas ou amigos de amigos, pegam na internet parte ou até mesmo um trabalho inteiro de mestrado, MBI, etc, e com pequenas modificações ou as vezes nenhuma, apresenta como sendo seu. Quando eu trabalhava na Varig, por volta de 2004, um setor da empresa apresentou para nós da informática, um jovem que para eles era um gênio. O jovem fazia pequenos sistemas de uso local na Web, para atender necessidades específicas do setor com muita rapidez. O gerente só nos procurou, pois precisava obter informação do nosso Bando de Dados. Tivemos de entrar no circuito e descobrimos que o jovem acessava alguns sites e roubava sistemas inteiros de outras empresas aéreas e o apresentava como sendo seu. Não preciso dizer que isso acabou na polícia, mas não deu em nada por questão de legislação.

Que isso pode ser terrível para setores acadêmicos, onde é difícil verificar a fraude, eu tenho certeza. Recentemente, uma tese de Mestrado foi cancelada (não sei se esse é o nome certo), pois foi descoberto que ela reproduzia integralmente uma tese de um professor feita em 2001. Só foi descoberta porque o professor que teve a tese reproduzida fazia parte da banca e preparou tudo para surpreender o candidato. Terrível não é?

E nós, escritores de horas vagas ou de todas as horas, como ficamos nisso? E o direito autoral, registrado no Ministério da Cultura nos protege? São perguntas que faço e não tenho uma boa resposta. É divulgado que os grandes escritores, roteiristas de novela e cinema, por contrato, não podem ler sinopses. E nós, que precisamos ardentemente mostrar nossos trabalhos como ficamos? Queremos ser lidos, queremos ser descobertos e como eles vão acreditar no nosso talento se não lerem nossos trabalhos? O que nos resta é utilizar a internet.

São casos e casos. No caso da reprodução da tese de mestrado, pau nele. No caso do analista de sistemas fajuto aplique-se a lei. E no caso da reprodução do meu post nada podia ser feito e mesmo assim para mim isso mostrou que tenho algum talento, mas claro que foi uma apropriação indébita. Não concordo com isso, mas a internet é um território livre e sabemos que uma vez lá, esse tipo de crime não pode ser evitado. Já vi vários temas colocados por nós, nos nossos blogs, sendo abordados com muito mais profundidade e riqueza de detalhe pelos sites da Globo, Record, e outros. Eles bebem na nossa fonte e como tem muito mais poder financeiro e recursos desenvolvem melhor a idéia, transformando-as muitas vezes em reportagens veiculas nos canais de TV. Somos fontes para esses sites sem ganharmos nada em troca.

Então só nos resta seguir em frente tentando mostrar nosso talento e ser visto por quem interessa, mesmo que utilizando a internet, corramos o risco de ter nossa obra apropriada indevidamente.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Não é um desabafo?

O tempo passa rápido, sabemos, e ontem vi que estou há um ano desempregado. Tirando um trabalho aqui, outro ali e uma colocação de prestação de serviço em uma empresa de seguros, que durou quase dois meses no inicio desse ano, estou em uma busca incessante e porque não dizer, infrutífera por um trabalho, preferencialmente na minha área: Analista de sistemas Mainframe.

Se isso parece um desabafo, pode ser. Se for, não é um desabafo qualquer. É um desabafo consciente, onde busco entender por que isso acontece, que mecanismos existem para que uma pessoa que tem formação universitária, duas pós-graduações, que trabalhou em grandes empresas em cargos de destaque como gerente e líder de equipe, tomando decisão e considerado “key position”, além de ter inglês fluente e espanhol aprendido na Casa de Espanha, não consegue uma colocação.

Quando mostro meu currículo o comentário é que ele é muito bom e por isso não devo aceitar qualquer colocação. Minha pergunta é: bom para quem, se não consigo nada? Para vocês terem noção do que eu digo vejam a seguir. Em uma entrevista de emprego na fase final, em uma empresa de telefonia móvel, para o cargo de gerente de projetos de informática, deu-se o seguinte diálogo entre mim e o gerente da área:

o Bem Sr. Carlos. Nós estamos fechados e o Sr. é o candidato que escolhemos. Falta só preencher essa ficha e iniciaremos o processo de admissão. Vejamos, qual a sua idade, por favor?
o Quarenta e nove anos (notem que eu disse dez anos menos da minha idade real).
o Quarenta e nove, é isso?
o É
o Eu pensei que o Sr tivesse um pouco mais de 40 anos (quem me conhece sabe que pareço bem menos idade do que realmente tenho) por causa do seu email
carlos38@.... .
o Eu tenho um pouco mais do que isso.
o Bem! Eu vou conversar com o meu diretor e depois entramos em contato. Boa tarde!
o Boa tarde.

Não é preciso dizer que esse contato nunca ocorreu. É! A questão é a idade. Como sabemos a nossa cultura não privilegia, em geral, e principalmente, profissionalmente, pessoas após determinada idade. Salvo profissões autônomas e altos cargos nas empresas, a idade não muito avançada (após 45 anos) é um cartão vermelho. É um paradoxo, pois cada vez se vive mais e a população com mais idade aumenta.

Na novela “Caminho das Índias”, atual folhetim das nove horas da TV Globo, vemos que nos países asiáticos, no caso a Índia, a cultura considera as pessoas idosas como um tesouro, pelo conhecimento e o que representam. Não vivemos na Ásia então.............

Preciso mostrar que devemos mudar esse paradigma, mas primeiro é preciso encontrar uma trabalho, mesmo que não seja na minha área profissional. Para isso, uso todos os meios que tenho, inclusive esse blog: internet (lista de amigos, sites especializados,etc), rede de amigos, conhecidos, parentes, anúncios, etc., mas está difícil.

Financeiramente não estou mal, o que ganho com a aposentadoria (sim... estou aposentado após mais de 38 anos contribuindo para o INSS) dá para viver modestamente já que moro em imóvel que não pago aluguel e tenho alguma poupança. No entanto isso melhoraria muito se pudesse ter uma colocação que me permitisse ter um ganho mensal maior.

No fundo, no fundo o caso não é exatamente esse. É o fato de ser uma pessoa plenamente capaz de desenvolver uma atividade, e ter uma consciência de ser útil ao meio em que vivo e por mim mesmo, capaz de prover e satisfazer minha existência.

Claro que desenvolvo atividades paralelas para ocupar o tempo ocioso como: estudo para concurso (estou começando a acreditar que essa é a única saída), pinto quadros abstratos, escrevo roteiros e contos esperando alguém reconhecer o valor e canto, embora essa é uma das atividades que menos exerço atualmente. São todas atividade paralelas, que não trazem ganhos, pelo menos atualmente, mas preenchem o meu espaço vazio.

Emocionalmente estou bem comigo mesmo e com quem está ao meu lado e isso é a melhor coisa que tenho. No mais é seguir, não se deixando abater jamais, kkkkkkk.

O trecho da música “Guerreiro menino (um homem também chora)“ abaixo, de Fagner, mostra condensadamente tudo o que eu quis dizer:

.......
seu sonho é sua vida e a vida é o trabalho

e sem o seu trabalho um homem não tem honra

e sem a sua honra se morre se mata
........

Realmente é um desabafo. Ninguém é perfeito........