terça-feira, 25 de agosto de 2009

Eles são sem nunca terem sido: protagonistas


A novela “Caminho das Índias” é um sucesso . Sei disso quando vejo as pessoas comentando sobre a novela, indo para casa rápido para não perder um capítulo e repetindo no dia-a-dia os bordões: Are baba, arrastar o sári no mercado, acender as lamparinas do seu juízo, etc. Não é um sucesso grandioso, desses que marcam uma época e se destaca, mas agrada e diverte. Eu gosto. No entanto nela acontece um fato que acho não foi previsto. Não existem protagonistas ou eles são tão apagadinhos que dá pena.





A história de Maya e Bahuan, os protagonistas Juliana Paes e Marcio Garcia, é muito sem graça e praticamente não existe. São personagens fracos, covardes, que não enfrentaram as adversidades que a vida lhes impõe e vivem a sombra do que acontece com os outros personagens. Existem tramas ótimas como a saga do Raul Cadore (Alexandre Borges) e família, que por si só já daria uma boa novela e a divertida Norminha (Dira Paes). O núcleo indiano é interessante, mas está se tornando repetitivo. No mais, o núcleo da lapa, o núcleo da clinica de doentes mentais, núcleo da massagista indiana e não existe muito mais. E os protagonistas? Bahuan só aparece de vez e quando e não tem uma história própria. Realmente o casal de atores, Juliana Paes e Márcio Garcia, não se acertou. Com Maya não acontece absolutamente nada. Capítulo a capítulo é sempre a mesma coisa e a história se arrasta. Surya (Cléo Pires), sempre invejosa sabendo do filho bastardo, criando confusão dá um certo alento, mas não segura o tranco como antagonista. Viva Ravi (Caio Blat), o filho mais novo de Opash (Tony Ramos), que pelo menos teve mais coragem que o irmão do meio, marido da Maya e assumiu o amor por Camila (Ísis Valverde) e enfrentou a família. No mais é a boa mão da Gloria Perez que como todos os autores, faz sempre a mesma novela (lembram do “O Clone”), trocando nomes e situações, mas a mesma novela. A diferença é que alguns, com mais competência conseguem fazer uma história mais interessante e que agrada mais ao público. Gloria Perez dessa vez não está sendo muito feliz.

Bem, “Caminho das Índias” se aproxima do final que é bem previsível. Vai ficar registrada como mais uma novela, sem grandes arroubos. O que vai marcar mesmo é que é uma novela com boas tramas paralelas que seguram a trama principal até o final. Quanto a Maya e Bahuan, foram o que nunca conseguiram
ser: protagonistas.

Obs: Eu tenho a honra de ter esse post publicado também no Blog http://euprefiromelao.blogspot.com/ de Vitor Santos como "post do blogueiro convidado".
Obrigado Vitor.

2 comentários:

  1. Também acho que a trama da família cadore é a mais interessante da novela. Na minha humilde opinião, essa é a trama central da novela. O trio Sílvia-Raul-Yvonne é o verdadeiro trio protagonista. Aí está a influência janetiana na trama da Glória.

    Isso é muito Janete Clair. Imaginem: um homem cansado de tudo e de todos, decide simular sua própria morte e fugir, levando o dinheito da empresa, com a ajuda de amante maquiavélica, deixando a família na miséria a mercê do irmão rival. Isso era perfeitamente cabível numa novela de Janete.
    E com Francisco Cuoco de Raul, Regina Duarte de Sílvia e Dina Sfat de Yvonne. Viajei? rs...

    Enquanto isso, lá na Índia, nada acontece na vida de Maya há duas semanas do final da novela ainda continua dando paneladas em Surya. Maya e Bahuan não têm porte, nem atitude de protagonistas. A Ìndia foi apenas um enfeite pitoresco na novela.

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  2. Concordo totalmente com a sua opinião. Valeu Vitor.

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