segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Fotografia

Máquinas analógicas X Máquinas digitais














Sou do tempo das máquinas fotográficas com filme de papel. Nenhuma vantagem, pois praticamente todos são. As máquinas digitais são recentes e a geração pós ainda são pequenos. Sempre gostei de fotografia e certa época eu achava que era o fotógrafo oficial da família. Cheguei a ter um equipamento muito bom, uma máquina Canon com lentes de “zoom” e “grande angular”. Me orgulhava das fotos que tirava e não me importava de andar com uma pesada bolsa a tiracolo. Desisti de tudo no dia em que, respaldado por excelentes fotografias tiradas na ocasião da formatura da minha sobrinha, fui convidado a tirar as fotos de formatura de outra sobrinha. No grande dia, devidamente posicionado, fiquei apavorado ao ver que alguma coisa não funcionava bem com a máquina. Por mais que eu mexesse não conseguia concertar. Então, fiz o que devia ser feito. Contratei um dos fotógrafos presentes para tirar as fotos que não conseguia e ninguém entendeu nada. Ainda bem que agi assim. As fotos que consegui tirar com a minha máquina ficaram horríveis. Coisas que acontecem. A máquina eu joguei no fundo do armário e ainda está lá.

Esse final de semana fiquei horas vendo, junto com alguns familiares, fotografias antigas de parentes que nem cheguei a conhecer. Ri muito, pois algumas das fotos eu mal podia ver o rosto. Fotos em preto e branco pequenas, sem nenhum atrativo mostravam pessoas em passeios, casamentos, batizados, aniversários, etc. Fotografia era muito caro na época e então só fotografavam ocasiões especiais. Os fotografados vestiam suas melhores roupas e faziam pose. Me diverti muito, pois tinha algumas fotos boas e outras que se fossem tiradas hoje, seriam descartadas com certeza. Aí fiquei pensando que com a chegada das máquinas digitais ganhamos algumas boas coisas tipo: as máquinas são fáceis de operar, as fotos ruins são imediatamente descartadas, as boas estão disponíveis imediatamente e podemos enviá-las para pessoas distantes facilmente. Mas o que mais importante, hoje é muito barato fotografar.


É, mas nem tudo são flores. Muitos devem lembrar como ficávamos eufóricos quando íamos buscar as fotos reveladas e, ali mesmo, sem esperar chegar em casa, ficávamos folheando as fotos, relembrando o acontecimento, felizes e satisfeitos com as boas fotos e reprovando as que não estavam legais. Ou então quando fazemos uma tarde de fotos antigas e aquilo se transforma em um acontecimento, envolvendo todos. Eu mesmo tenho, na minha casa, vários porta retratos e painéis com fotos que tento, sem grande sucesso, manter atualizado. Era mais fácil no passado. Agora tenho que selecionar, em “milhares de fotos” que estão no computador, qual a que vou revelar e aí as coisas terminam não acontecendo. É como se a fotografia perdesse um pouco a importância, pois tiramos milhares de fotos em poucos instantes.

A evolução tecnológica vai existir sempre e a tecnologia, dizem, vem para nos ajudar e facilitar a nossa vida. É mais do que isso. A evolução da tecnologia trás mudanças de costumes e a maneira com que interagimos com o meio a nossa volta. Sou da geração do papel, do tátil e quando o assunto é virtual, não fico muito à vontade, mas não dispenso computador por nada. Assim, tento unir o que há de bom na nova tecnologia ao que acho que é bom na velha.

Meu neto não é lindo?

(Foto tirada com uma máquina digital comum)

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